UNESCO e a diversidade cultural: breves aproximações
Resumo
O objetivo deste trabalho é analisar o discurso da diversidade cultural presente nas publicações da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a partir dos anos 1990. Metodologicamente, o artigo pauta-se pela pesquisa bibliográfica e documental, além de empregar o método histórico-dialético e análise qualitativa. A partir dos anos 1990 muitos países, notadamente da América Latina e Caribe, concretizaram reformas educacionais. Este processo de remodelamento educacional ocorreu pelo viés de que a educação seria condição estratégica para a redução das desigualdades sociais e pobreza, cada vez mais latentes nestas localidades, por consequência da crise capitalista dos anos 1970. Documentos divulgados internacionalmente, como a Declaração Mundial sobre Educação para Todos (UNESCO, 1990) e a Declaração de Princípios sobre a Tolerância (UNESCO, 1995), ficaram encarregados de disseminar um discurso sobre a importância da educação frente às novas demandas do século XX, como a construção de sujeitos adaptáveis e tolerantes. Conclui-se que, ao depositar na educação a responsabilidade de formar o homem/trabalhador tolerante, recai sobre as questões de intolerância quanto à diversidade cultural o estigma de serem estas as grandes geradoras de guerras e desigualdades, cerceando, assim, da discussão as disparidades econômicas que assolam esses povos, as contradições do sistema capitalista, que são a raiz do problema.
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PDFReferências
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DOI: http://dx.doi.org/10.47236/2594-7036.2020.v4.i4.124-132p
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