Abordagem do ritmo circadiano no projeto de iluminação natural em edifícios de escritórios
DOI:
https://doi.org/10.47236/2594-7036.2022.v7.i0.83-98pPalavras-chave:
ALFA. Iluminação natural. Ritmo circadiano.Resumo
A relevância da luz natural extrapolou as questões de economia de energia ou iluminâncias requisitadas pelas normas, após o descobrimento da terceira classe de fotorreceptores: as células ganglionares intrinsecamente fotossensíveis (ipRGCs). Essas células são responsáveis pelas respostas não-visuais, reguladoras do ritmo circadiano, culminando, consequentemente, no desempenho fisiológico e comportamental dos indivíduos. Esta pesquisa se propôs a analisar um exemplar da tipologia recorrente de edifícios de escritórios em São Paulo, sob o ponto de vista do desempenho do ritmo circadiano dos usuários, com o objetivo de traçar diretrizes projetuais que visassem o aproveitamento da iluminação natural e o bem-estar dos seus ocupantes. O método empregou a ferramenta ALFA (Adaptive Lighting for Alertness) na tipologia selecionada, de modo a avaliar seu potencial em relação ao ritmo circadiano dos usuários. Os resultados indicaram a necessidade de avaliação da pertinência dos edifícios peles de vidro para a cidade de São Paulo, cujo parâmetro window-to-wall ratio excede o recomendado por pesquisadores da área, assim como estudos das fachadas a partir da geometria da insolação, como a análise do fator de visão de céu e proteções solares, além da escolha dos vidros seletivos. Para que os usuários dos edifícios de escritório possam se beneficiar da iluminação natural, e a estratégia se torne um recurso viável, é indispensável que os arquitetos projetem as envoltórias e os espaços internos de acordo com o alcance da luz natural, em quantidades que favoreçam o bem-estar, a produtividade e o comprometimento dos seus ocupantes, e evitem a ocorrência de ofuscamento.Downloads
Métricas
Referências
ANDERSEN, M; MARDALJEVIC, J; LOCKLEY, Sw. A framework for predicting the non-visual effects of daylight – Part I: photobiology- based model. Lighting Research & Technology, [S.L.], v. 44, n. 1, p. 37-53, 13 fev. 2012. SAGE Publications. http://dx.doi.org/10.1177/1477153511435961.
AOKI H; YAMADA N; OZEKI Y; YAMANE H; KATO N. Minimum light intensity required to suppress nocturnal melatonin concentration in human saliva. Neurosci Lett. 1998 Aug 14;252(2):91-4. doi: 10.1016/s0304-3940(98)00548-5.
BORISUIT, A; LINHART, F; SCARTEZZINI, J-L; MÜNCH, M. Effects of realistic office daylighting and electric lighting conditions on visual comfort, alertness and mood. Lighting Research & Technology, [S.L.], v. 47, n. 2, p. 192-209, 22 abr. 2014. SAGE Publications. http://dx.doi.org/10.1177/1477153514531518.
BROWN, T. M. Melanopic illuminance defines the magnitude of human circadian light responses under a wide range of conditions. Journal of Pineal Research, Nova York, v. 69, n. 1, p. 1-14, 19 abr. 2020. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/jpi.12655.
CORBIOLI, Nanci. Passarelas unem edifícios com áreas de laje diferentes. Projeto Design, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 58-65, abr. 2009.
FIGUEIRO, M.G. NAGARE, R.; PRICE, L.L.A. Non-visual effects of light: how to use light to promote circadian entrainment and elicit alertness. Lighting Research & Technology, [S.L.], v. 50, n. 1, p. 38-62, 25 jul. 2017. SAGE Publications. http://dx.doi.org/10.1177/1477153517721598.
FIGUEIRO, M.G.; STEVERSON, B.; HEERWAGEN, J.; KAMPSCHROER, K.; HUNTER, C.M.; GONZALES, K.; PLITNICK, B.; REA, M. S. The impact of daytime light exposures on sleep and mood in office workers. Sleep Health, [S.L.], v. 3, n. 3, p. 204-215, jun. 2017. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.sleh.2017.03.005.
FOSTER, Russell. How Light Exposure Affects Human Health. In: SLL LIGHTING RESEARCH & TECHNOLOGY SYMPOSIUM, 1., 2020, Londres. How Light Exposure Affects Human Health. Londres: CIBSE, 2020. Disponível em: https://bit.ly/32jnNlj. Acesso em: 02 nov. 2020.
FRANK, Horst. Electromagnetic spectrum -de.svg. 2005. Disponível em: https://bit.ly/3uBu6fU. Acesso em: 15 mar. 2021.
GOIA, F. Search for the optimal window-to-wall ratio in office buildings in different European climates and the implications on total energy saving potential. Solar Energy, [S.L.], v. 132, p. 467-492, jul. 2016. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.solener.2016.03.031.
KAIDA, K.; TAKAHASHI, M.; HARATANI, T.; OTSUKA, Y.; FUKASAWA, K.; NAKATA, A. Indoor Exposure to Natural Bright Light Prevents Afternoon Sleepiness. Sleep, [S.L.], v. 29, n. 4, p. 462-469, abr. 2006. Oxford University Press (OUP). http://dx.doi.org/10.1093/sleep/29.4.462.
LOCKLEY, Steven W.; ARENDT, Josephine; SKENE, Debra J. Visual impairment and circadian rhythm disorders. Dialogues In Clinical Neuroscience, [s. l], v. 9, n. 3, p. 301-3014, set. 2007.
LOK, Corie. Seeing without seeing. Nature, S.L., v. 469, n. 1, p. 284-285, 20 jan. 2011. Disponível em: https://go.nature.com/3mLFseM. Acesso em: 02 fev. 2021.
MAIEROVA, Lenka. Public Lighting, Public Health. 2018 VII. Lighting Conference of The Visegrad Countries (Lumen V4), [S.L.], v. 1, n. 1, p. 1-5, set. 2018. IEEE. http://dx.doi.org/10.1109/lumenv.2018.8521032.
MANGKUTO, R.A.; ROHMAH, M.; ASRI, A.D. Design optimisation for window size, orientation, and wall reflectance with regard to various daylight metrics and lighting energy demand: a case study of buildings in the tropics. Applied Energy, [S.L.], v. 164, p. 211-219, fev. 2016. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.apenergy.2015.11.046.
MARDALJEVIC, J; HESCHONG, L; LEE, E.S. Daylight metrics and energy savings. Lighting Research + Technology. Ernest Orlando Lawrence Berkeley National Laboratory. California, 2009.
MILLER, N.J.; IRVIN, A.L. M/P ratios – Can we agree on how to calculate them? IES: Illuminating Engineering Society, [S.I.], 27 set. 2019. Disponível em: https://bit.ly/2RmXqIF. Acesso em: 15 mar. 2021.
NABIL, A.; MARDALJEVIC, J. Useful daylight illuminance: a new paradigm for assessing daylight in buildings. Lighting Research & Technology, [s.l.], v. 37, n. 1, p.41-59, 1 jan. 2005. Cambridge University Press (CUP). http://dx.doi.org/10.1191/1365782805li128oa. Disponível em: < https://bit.ly/3dV3KyL>. Acesso em: 12 abr. 2021.
OYAMADA, Maria Kiyoko. Fototransdução: ativação, inativação e adaptação. Rbm Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v. 1, n. 1, p. 68-72, 20 nov. 2015. Disponível em: https://bit.ly/3235P6g. Acesso em: 08 mar. 2021.
PISANI, Maria Augusta Justi; FIGUEIREDO, Erika Ciconelli de. Edifícios de escritórios em São Paulo: tipologias de 1979 a 2010. Anais 11ª Conferência Internacional da LARES - Latin American Real Estate Society. São Paulo: EDUSP, 2011. 1-12.
REINHART, C. Daylighting Handbook I. USA: MIT, 2014.
REA M.S. Window blind occlusion: a pilot study. Building Environment, 19, 1984, p. 133-7.
SOLEMMA. Adaptive Lighting for Alertness. 2021. Disponível em: https://www.solemma.com/alfa. Acesso em: 15 fev. 2021.
TICLEANU, C; LITTLEFAIR, P. Circadian lighting. Londres: CIBSE, 2020. 30 p.
VEJA. Entenda por que você fica com sono depois de comer. 2019. Disponível em: https://bit.ly/3d9gTVV. Acesso em: 23 mar. 2021.
WTORRE NAÇÕES UNIDAS. O edifício. 2012. Disponível em: https://wtnu.com.br/estrutura.php. Acesso em: 24 jan. 2021.
ZAIDI, F.H.; HULL, J.T.; PEIRSON, S.N.; WULFF, K.; AESCHBACH, D.; GOOLEY, J.J.; BRAINARD, G.C.; GREGORY-EVANS, K; RIZZO, J.F.; CZEISLER, C.A. Short-Wavelength Light Sensitivity of Circadian, Pupillary, and Visual Awareness in Humans Lacking an Outer Retina. Current Biology, [S.L.], v. 17, n. 24, p. 2122-2128, dez. 2007. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.cub.2007.11.034.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Erika Ciconelli de Figueiredo

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Permite o compartilhamento, adaptação e uso para quaisquer fins, inclusive comerciais, desde que feita a devida atribuição aos autores e à Revista Sítio Novo.
Os autores declaram que o trabalho é original, não foi previamente publicado em parte ou no todo, exceto em servidores de preprints reconhecidos, desde que declarado, e que nenhum outro manuscrito similar de sua autoria está publicado ou em processo de avaliação por outro periódico, seja impresso ou eletrônico.
Declaram que não violaram nem infringiram nenhum tipo de direito de propriedade de outras pessoas, e que todas as citações no texto são fatos verdadeiros ou baseados em pesquisas de exatidão cientificamente considerável.
Os autores mantêm os direitos autorais dos manuscritos publicados nesta revista, permitindo o uso irrestrito de seu conteúdo, desde que citada a autoria original e a fonte da publicação.














