“Eu acho que afetividade estreita os laços”: a construção discursiva do papel do afeto no processo de ensino-aprendizagem
DOI:
https://doi.org/10.47236/2594-7036.2022.v6.i2.127-140pPalavras-chave:
Afeto. Linguística Aplicada. Narrativa.Resumo
O objetivo do presente trabalho é gerar entendimentos sobre a forma que um grupo de professoras entrevistadas constrói discursivamente suas visões sobre o papel da afetividade no processo de ensino e aprendizagem e analisar a forma como as narrativas possibilitam interacionalmente tais construções. Para isso, toma-se como alicerce o arcabouço teórico que parte de uma perspectiva vygotskyana sobre o papel do afeto no processo de ensino-aprendizagem (VYGOTSKY, 1993) em articulação com a reflexão acerca das narrativas (LABOV, 1972), dialogando com a concepção flexibilizadora da análise das narrativas, presente na visão das “pequenas histórias” (BAMBERG; GEORGAKOPOULOU, 2008), e com os preceitos da Linguística Aplicada (MOITA LOPES, 2006). Metodologicamente, estruturou-se o presente trabalho à luz de uma abordagem qualitativa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas com duas professoras de português, estabelecendo, como eixo temático para as conversas, questões relacionadas ao papel dos afetos na vida em sala de aula. Os resultados obtidos apontam a tendência de se tentar sustentar narrativamente as visões teóricas construídas sobre o tema do afeto na sala de aula, ainda que a partir de vivências contraditórias.Downloads
Métricas
Referências
ABREU, D. C. Narrativas à flor da pele: a (re-/co-) construção discursiva dos afetos em experiências emocionais narrativizadas. Claraboia, [s. l.], v. 10, p. 119-143, 2018.
BAMBERG, M.; GEORGAKOPOULOU, A. Small stories as a new perspective in narrative and identity analysis. Text & Talk. n. 28, v. 3, 2008. p. 377-396.
BASTOS, L.C; BIAR, L.A. Análise de narrativa e práticas de entendimento da vida social. Análise de narrativa e práticas de entendimento da vida social. DELTA. v. 31, 2015. p. 97-126.
BORGES, T. R. S. Pelo amadurecimento de um “sentir crítico”: entendendo a socioconstrução de identidade de uma professora negra e seus atravessamentos interseccionais. Veredas: revista de estudos linguísticos, [s. l.], v. 21, p. 8, 2017.
BRUNER, J. S. Atos de Significação. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.
BRUNER, J. S. Life as Narrative. Social Research, [s. l.], n. 54, v. 1. 1987.
CELANI, M. A. A. Professores e Formadores em Mudança: relato de um processo de reflexão e transformação da prática docente. Campinas, SP: Mercado de Letras, 2003.
DENZIN, N. K.; LINCOLN, Y. S. O planejamento da pesquisa qualitativa: teorias e abordagens. 2. ed. Porto Alegre: Artmed, 2006.
DEWEY, J. Experiência e educação. 3. ed. São Paulo: Ed. Nacional, 1979.
FREIRE, P. Pedagogia da Autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
FONSECA, J. J. S. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
GONZALEZ-REY, F. Vygotsky’s Concept of Perezhivanie in The Psychology of Art and at the Final Moment of His Work: advancing his legacy. Mind, Culture, and Activity, [s. l.], v. 23. 2016.
GONZALEZ-REY, F. Epistemología cualitativa y subjetividad. São Paulo: EDUC, 1997.
HAGUETTE, T. M. Metodologias qualitativas na sociologia. 9. ed. Petrópolis: Vozes, 2003. p. 35.
LABOV, W. The transformation of experience in narrative syntax. In: LABOV, W. Language in the inner city. Philadelphia, PA: University of Pennsylvania Press, 1972. p. 354-396.
LEONTIEV, A. N. Uma contribuição à teoria do desenvolvimento da psique infantil. VIGOTSKI, L.S.; LURIA, A.R.; LEONTIEV, A.N. Linguagem, Desenvolvimento e Aprendizagem. São Paulo: Ícone/Edusp, 1988.
MIZUKAMI, M. G. N. Ensino: as abordagens do processo. São Paulo: EPU, 1986.
MOITA LOPES, L.P. Oficina de Linguística Aplicada. Campinas, SP: Mercado de Letras, 1996.
MOITA LOPES, L. P. Uma Linguística Aplicada mestiça e ideológica: interrogando o campo como linguista aplicado. In: MOITA LOPES, L. P. Por uma Linguística Aplicada Indisciplinar. São Paulo: Parábola, 2006. pp. 13-43.
MOITA LOPES, L.P. Linguística Aplicada na Modernidade Recente. São Paulo: Parábola, 2013.
MORAES BEZERRA, I. C. R. Aprender e ensinar inglês: o que o afeto tem a ver com isso? SOLETRAS, [S.l.], n. 25, p. 256-281, set. 2013. ISSN 2316-8838. DOI https://doi.org/10.12957/soletras.2013.6350. Disponível em: https://www.e-publicacoes.uerj.br/index.php/soletras/article/view/6350/5284. Acesso em: 24 ago. 2019.
MORAES BEZERRA, I. C. R.; RODRIGUES, R. L. A. Linguística Aplicada: da história ao papel social. Revista do ISAT, São Gonçalo, v. 3, p. 59-73, 2004.
OLIVEIRA, M. K. O problema da afetividade em Vygotsky. In: LA TAILLE, Y. (org.) Piaget, Vygotsky, Wallon: teorias psicogenéticas em discussão. São Paulo: Summus, 1992. p. 75-84.
PAVLENKO, A. The Affective Turn in SLA: from ‘affective factors’ to ‘language desire’ and ‘commodification of affect’. In: BIELSKA, J.; GABRYS-BARKER, D. (ed.). The Affective Dimension in Second Language Acquisition. Bristol: Multilingual Matters, 2013.
SAVIANI, D. Escola e democracia. 24. ed. São Paulo: Cortez, 1991.
SOARES, D. Introdução à lingüística aplicada e sua utilidade para as pesquisas em sala de aula de língua estrangeira. Simpósio de Estudos Filológicos BELT, Porto Alegre, 2018 p. 281-292.
VOEGLIN, E. Israel and Revelation. Volume I. Order and History. Baton Rouge, Louisiana State University Press, 1958.
VYGOTSKY, L. S. The teaching about emotions. Historical-psychological studies. In The collected works of L. S. Vygotsky (Vol. 6: Scientific Legacy) (R. Rieber, Ed.; M. J. Hall, Trans.; pp. 71–235). New York: Plenum. 1999.
VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, [1984] 1998.
¬¬¬¬¬¬¬VYGOTSKY, L. S. The problem of the environment (T. Prout, trad.). In Van Der Veer, R. & Valsiner, J. (Ed.), The Vygotsky reader (pp. 338-354). Oxford, UK: Blackwell. 1994.
VYGOTSKY, L. S. Pensamento e Linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1993.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Diego Candido Abreu, Joice Gomes da Silva

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Permite o compartilhamento, adaptação e uso para quaisquer fins, inclusive comerciais, desde que feita a devida atribuição aos autores e à Revista Sítio Novo.
Os autores declaram que o trabalho é original, não foi previamente publicado em parte ou no todo, exceto em servidores de preprints reconhecidos, desde que declarado, e que nenhum outro manuscrito similar de sua autoria está publicado ou em processo de avaliação por outro periódico, seja impresso ou eletrônico.
Declaram que não violaram nem infringiram nenhum tipo de direito de propriedade de outras pessoas, e que todas as citações no texto são fatos verdadeiros ou baseados em pesquisas de exatidão cientificamente considerável.
Os autores mantêm os direitos autorais dos manuscritos publicados nesta revista, permitindo o uso irrestrito de seu conteúdo, desde que citada a autoria original e a fonte da publicação.












