A escala do encontro: o bairro como práxis urbana
DOI:
https://doi.org/10.47236/2594-7036.2025.v9.1776Palavras-chave:
Desenho urbano, Direito à cidade, Escala humana, Planejamento participativo, Território vividoResumo
Este artigo desenvolve uma análise sobre a influência do desenho urbano na vivência de seus habitantes, investigando a tensão entre o espaço concebido pelo planejamento e o território vivido pela população em Palmas (TO). A partir de diálogo teórico com o urbanismo humanista de Jan Gehl e a teoria crítica da produção do espaço de Henri Lefebvre, o objetivo é examinar como os moradores percebem, reagem e se apropriam de um desenho urbano herdeiro de preceitos modernistas. A pesquisa utilizou o processo participativo do Plano de Bairro do Jardim Aureny IV como laboratório, adotando metodologia qualitativa que articulou a observação das oficinas com a análise documental. Os resultados indicam profunda conexão entre as características do desenho e os conflitos cotidianos: a setorização e os vazios urbanos são percebidos como indutores de fragmentação social, enquanto a precariedade da infraestrutura é diretamente associada a impactos na saúde. A análise revela que espaços informais de encontro ganham importância precisamente onde o planejamento formal falhou. Conclui-se que a metodologia participativa, ao dar voz à comunidade, revela-se um potente instrumento de diagnóstico, expondo o descompasso entre a forma urbana e a vida, e apontando caminhos para a sua reconciliação.Downloads
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