Investigação qualitativa da biodegradação de corantes têxteis do tipo azo utilizando células de batata doce (Ipomoea batatas) como fonte de biocatalisador
DOI:
https://doi.org/10.47236/2594-7036.2020.v4.i2.30-39pResumo
Nas últimas décadas, os preceitos da Química Verde têm se apresentado de modo cada vez mais incisivo. Isto tem despertado o interesse e a preocupação ambiental da população. Em contrapartida, as indústrias têxteis se destacam pela geração de um grande volume de efluentes com alto potencial poluidor. Os efluentes têxteis são altamente coloridos graças à presença de corantes, como os compostos azo conjugados, utilizados no tingimento das fibras. Devido a sua persistência no ambiente, esses compostos são caracterizados como recalcitrantes. Assim, é importante elaborar novas metodologias capazes de contribuir na erradicação desses resíduos, atrelando-as à eficiência e ao baixo valor agregado. Neste contexto, este trabalho apresenta um estudo da biodegradação de corantes têxteis do tipo azo utilizando células vegetais. Para tanto, 6 vegetais (batata doce, batata inglesa, inhame, aipim, alho e pepino japonês) foram avaliados com o teste do guaiacol para detecção da presença de peroxidases (enzimas importantes no processo de degradação de corantes azo conjugados). Entre as espécies vegetais analisadas, a batata doce mostrou a maior atividade de peroxidases, sendo selecionada para os ensaios de biodegradação. Foram avaliados corantes azo com (alaranjado de metila e alaranjado G) e sem (vermelho de metila) grupos sulfatos em sua estrutura em duas diferentes concentrações de suspensão celular. Foi observado que apenas o vermelho de metila foi biodegradado, o que demonstra a especificidade das enzimas envolvidas.Palavras-chave: Biodegradação. Células vegetais. Corantes têxteis. Ipomoea batatas.Downloads
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