Nomear é recordar: a toponímia feminina como espaço de resistência e memória em escolas de Palmas, Tocantins, Brasil
DOI:
https://doi.org/10.47236/2594-7036.2025.v9.1814Palavras-chave:
Escolas, Gênero, Palmas, Tocantins, ToponímiaResumo
Os nomes de lugares constituem referências fundamentais para compreender a língua, a cultura, a política e outros fatores sociais dos povos ao longo da história. Este estudo analisa os topônimos femininos que designam escolas em Palmas, capital do estado brasileiro do Tocantins, bem como as condições políticas, socioculturais e de gênero que influenciaram tais denominações. O objetivo do artigo é examinar como a toponímia feminina nas instituições de ensino reflete as relações de poder, a memória e a identidade no contexto local e de que maneira esses nomes contribuem para tornar visível o papel das mulheres na história e na cultura da região. O estudo adota o método indutivo onomasiológico proposto por Dick (1990) e fundamenta-se nas contribuições teóricas e metodológicas dos estudos toponímicos de Dick (2002, 2006), Seabra (2006), Nader (2007), Andrade (2010) e Araújo (2013). Para a conceituação e o debate sobre as questões de gênero, recorre-se aos fundamentos de Foucault (1979), Scott (1995), De las Heras Aguilera (2009), Saini (2024), entre outros. A partir de um corpus composto por 80 instituições de ensino, foram identificados 21 topônimos que fazem referência a nomes de mulheres. Os resultados mostram que atribuir nomes femininos às escolas representa uma estratégia significativa para promover a equidade de gênero, a diversidade cultural e a inclusão social na toponímia da capital do estado tocantinense.Downloads
Métricas
Referências
ANDRADE, Karylleila dos Santos. Atlas toponímico de origem indígena do estado do Tocantins: Atito. Goiânia: Editorial de la PUC-Goiás, 2010.
ARAUJO, Cláudia Medeiros de. A representação da mulher e as questões de gênero na toponímia urbana - RN. 2013. Disertación (Maestría en Historia) – Centro de Ciencias Humanas, Letras y Artes, Universidad Federal de Rio Grande do Norte, Natal, 2013.
AZPIAZU CARBALLO, Jokin. Masculinidades y feminismo. Barcelona: Vírus Editorial, 2017. http://hdl.handle.net/10810/71940
CARVALHO, Ana Paula Mendes Alves de. Hagiotoponímia em Minas Gerais. 2014. Tesis (Doctorado en Estudios lingüísticos) – Facultad de Letras, Universidad Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2014.
DE LAS HERAS AGUILERA, Samara. Una aproximación a las teorías feministas. Universitas, Revista de Filosofía, Derecho y Política, n. 9, p. 45-82, 2009.
DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. A motivação toponímica e a realidade brasileira. São Paulo: Arquivo do Estado, 1990.
DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. Aspectos de etnolinguística na toponímia carioca e paulistana: contrastes e confrontos. Revista USP, n. 56, p. 180-191, 2002. DOI: https://doi.org/10.11606/issn.2316-9036.v0i56p180-191
DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. Rede de conhecimento e campo lexical: hidrônimos e hidrotopônimos na onomástica brasileira. In: ISQUERDO, Aparecida Negri; KRIEGER, Maria da Graça. As Ciências do Léxico. Lexicologia, Lexicografia e Terminologia. v. 2. Campo Grande: UFMS, 2004. p. 121-130.
DICK, Maria Vicentina de Paula do Amaral. Fundamentos teóricos da toponímia. Estudo de caso: o projeto ATEMIG – Atlas Toponímico do Estado de Minas Gerais. In: SEABRA, Maria Cândida Trindade Costa de (Org.). O léxico em estudo. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2006.
FARIA, Glauciane da Conceição dos Santos. Tradição e Memória: um estudo antroponímico dos nomes de logradouros da cidade de Ponte Nova – Minas Gerais. 2017. Tesis (Doutorado em Estudos Linguísticos) Universidad Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2017.
FONSECA, João José Saraiva da. Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, 2002.
FOUCAULT, Michel. Microfísica do poder. Organización y traducción de Roberto Machado. Rio de Janeiro: Edições Graal, 1979.
GAROFALO, Evan M.; GARVIN, Heather. M. The confusion between biological sex and gender and potential implications of misinterpretations. In: KLALES, Alexandra R. (ed.). Sex Estimation of the Human Skeleton: History, Methods, and Emerging Techniques. Nueva: York: Academic Press, 2020. p. 35–52. DOI: https://doi.org/10.1016/b978-0-12-815767-1.00004-3 DOI: https://doi.org/10.1016/B978-0-12-815767-1.00004-3
IBGE 2022. IBGE cidades. Recuperado de: https://cidades.ibge.gov.br/brasil/to/palmas. Último acceso: 24 oct. 2025.
LAVAU, Christian. La productividad del poder. Traducción de Jorge del Arco Ortiz. Encrucijadas. Revista Crítica de Ciencias Sociales, v. 22, n. 2, p. 1-17, 2022.
NADER, Penha Mara Fernandes. A sutileza da discriminação de gênero na nomenclatura dos logradouros públicos. Vitória-ES. 1970-2000. 2007. Disertación (Maestría en Historia) – Centro de Ciencias Humanas y Naturales, Universidad Federal de Espírito Santo, Vitória, 2007.
OSTERNE, Maria do Socorro Ferreira; SILVEIRA, Clara Maria Holanda. Relações de gênero: uma construção cultural que persiste ao longo da história. O público e o privado, v. 10, n. 19, p. 101-122, 2012.
PEREIRA, Naelana Rodrigues. Toponímia urbana: escolas municipais palmenses com nomes de mulheres. 2023. Disertación (Maestría en Letras) – Programa de Posgrado en Letras, Universidad Federal de Tocantins, Palmas, 2023.
SAINI, Angela. El patriarcado: los orígenes de la dominación masculina. Traducción de Silvia Alemany. Barcelona: Editorial Kayros, 2024.
SCOTT, Joan Wallach. Gênero: uma categoria útil de análise histórica. Traducción de Christine Rufino Dabat e Maria Betânia Ávila. Educação & Realidade, v. 20, n. 2, p. 71-99, 1995.
SEABRA, Maria Cândida Trindade Costa de (Org.). O léxico em estudo: Lexicografia. Toponímia. Lexicologia. Etimologia. Neologismo. Cultura. Terminologia. Belo Horizonte: Faculdade de Letras da UFMG, 2006.
SEPLAN-TO (2023). Secretaria do Planejamento e Orçamento. Recuperado de: https://www.to.gov.br/seplan/. Último acceso: 21 oct. 2025.
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Naelana Rodrigues Pereira, Karylleila dos Santos Andrade

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Permite o compartilhamento, adaptação e uso para quaisquer fins, inclusive comerciais, desde que feita a devida atribuição aos autores e à Revista Sítio Novo.
Os autores declaram que o trabalho é original, não foi previamente publicado em parte ou no todo, exceto em servidores de preprints reconhecidos, desde que declarado, e que nenhum outro manuscrito similar de sua autoria está publicado ou em processo de avaliação por outro periódico, seja impresso ou eletrônico.
Declaram que não violaram nem infringiram nenhum tipo de direito de propriedade de outras pessoas, e que todas as citações no texto são fatos verdadeiros ou baseados em pesquisas de exatidão cientificamente considerável.
Os autores mantêm os direitos autorais dos manuscritos publicados nesta revista, permitindo o uso irrestrito de seu conteúdo, desde que citada a autoria original e a fonte da publicação.












