A vivência da fé nos personagens de Hibisco Roxo, de Chimamanda Ngozi Adichie
DOI:
https://doi.org/10.47236/2594-7036.2020.v4.i1.153-161pResumo
O presente trabalho objetiva uma análise dos elementos religiosos que norteiam e servem como mecanismos temporais no romance Hibisco Roxo (2011), da nigeriana Chimamanda Ngozi Adichie. Publicado em 2003, o primeiro romance da autora aborda um núcleo familiar permeado pela violência doméstica que se utiliza do pretexto religioso como uma das maneiras de infligir agressões. O personagem Eugene tenta seguir com rigor os preceitos católicos e a cultura inglesa e, quando seus familiares não os executam com perfeição, provoca-lhe uma ira que o faz optar por violentá-los com agressões físicas. Em contrapartida, há o seu pai, Papa-Nnukwu, um ancião tradicionalista que não permite interferências em seus costumes igbos; e Tia Ifeoma, que consegue transitar pelas duas religiões – tradicional e católica – e extrair o que de melhor elas podem oferecer. Utilizaremos os estudos de Hall (2003), Bonnici (2009) e Said (2007) sobre o choque cultural de culturas diferentes e a imposição da metrópole sobre a colônia, visto que a Nigéria foi por muito tempo colônia inglesa. Sobre o elemento das aparições de Nossa Senhora na narrativa, utilizaremos as ideias de Boff (2006) sobre o papel de Maria como elemento nacional e suas aparições como fomentadora da religiosidade popular.Palavras-chave: Chimamanda Ngozi Adichie. Hibisco Roxo. Intolerância religiosa. Violência doméstica.Downloads
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