Teorias de Relações Internacionais como instrumentos de dominação: uma análise crítica ao (neo)realismo e caminhos para a transformação do campo
DOI:
https://doi.org/10.47236/2594-7036.2025.v9.1796Palavras-chave:
Hegemonia, Relações Internacionais, Teoria críticaResumo
As teorias de Relações Internacionais ganharam espaço de maneira particular na conjuntura do período pós-guerra e durante a Guerra Fria, refletindo uma busca incessante pela autonomia do campo e por sua distinção no âmbito acadêmico. Nesse momento, houve um ganho significativo de relevância para as teorias de caráter realista, que se tornaram dominantes. Essas teorias, contudo, não apenas oferecem uma interpretação sobre as relações internacionais, mas também as moldam com a finalidade de legitimar relações hegemônicas de dominação, em grande parte fundamentadas no poder, que privilegiam aquelas que reconhecemos como potências hegemônicas, sendo a principal delas os Estados Unidos. A presente pesquisa propõe-se a questionar criticamente a utilização instrumental dessas teorias mainstream para demonstrar como elas reforçam e perpetuam estruturas de poder globais desiguais e injustas. Além de examinar as limitações e incoerências do realismo, exploramos alternativas teóricas, como as abordagens críticas em Relações Internacionais, que não se contentam com a mera descrição e reprodução das relações de poder, mas buscam compreender suas origens e consequências de modo a viabilizar empreitadas de mudança. Ao final, este estudo visa contribuir para possibilidades de transformação no campo de Relações Internacionais.Downloads
Métricas
Referências
BALDWIN, David A. Neoliberalism, Neorealism and World Politics. In: BALDWIN, David A. (ed.) Neorealism and Neoliberalism: The Contemporary Debate. New York: Columbia University Press, 1993. p. 3-25.
BULL, Hedley. A sociedade anárquica: um estudo da ordem na política mundial. Brasília: Editora UnB, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, 2002.
CARR, Edward H. Vinte anos de crise: 1919-1939. Brasília: Editora UnB, 1981.
COX, Robert W. Gramsci, Hegemony and International Relations: An Essay in Method. Millennium: Journal of International Studies, v. 12, n. 2, 1 jun. 1983. DOI: https://doi.org/10.1177/03058298830120020701
COX, Robert W. Social Forces, States and World Orders: Beyond International Relations Theory. Millennium: Journal of International Studies, v. 10, n. 2, p. 126-155, 1981. DOI: https://doi.org/10.1177/03058298810100020501
DUNBAR-ORTIZ, Roxanne. America’s Founding Myths. Jacobin, 2014. Disponível em: https://jacobin.com/2014/11/americas-founding-myths/. Acesso em: 27 jun. 2024.
FEARON, James D. Rationalist Explanations for War. International Organization, v. 49, n. 3, p. 379-414, 1995. DOI: https://doi.org/10.1017/S0020818300033324
GUILHOT, Nicolas (ed.). The Invention of International Relations Theory: Realism, the Rockefeller Foundation, and the 1954 Conference on Theory. New York: Cambridge University Press, 2011.
KARNAL, Leandro; PURDY, Sean; FERNANDES, Luiz E.; DE MORAIS, Marcus V. História dos Estados Unidos: das origens ao século XXI. São Paulo: Contexto, 2007.
LINKLATER, Andrew. Critical Theory and World Politics: Citizenship, Sovereignty and Humanity. London: Routledge, 2007. DOI: https://doi.org/10.4324/9780203960905
MARINI, Ruy M. Subdesarrollo y Revolución. Buenos Aires: Siglo XXI, 1974.
MORGENTHAU, Hans. A política entre as nações. Brasília: Editora UnB, Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, Instituto de Pesquisa de Relações Internacionais, 2003.
OSORIO, Jaime. Sobre o Estado, o poder político e o Estado dependente. Temporalis, Vitória, v. 17, n. 34, p. 25-51, 2017. DOI: https://doi.org/10.22422/2238-1856.2017v17n34p25-51
VITALIS, Robert. White World Order, Black Power Politics: The Birth of American International Relations. Ithaca: Cornell University Press, 2015.
WALT, Stephen M. The Myth of American Exceptionalism. Foreign Policy, 11 out. 2011. Disponível em: https://foreignpolicy.com/2011/10/11/the-myth-of-american-exceptionalism/. Acesso em: 27 jun. 2024.
WALTZ, Kenneth N. Theory of International Politics. Boston: McGraw-Hill Inc., 1979.
ZALEWSKI, Marysia. All these theories and the bodies keep piling up: theories, theorists, theorizing. In: SMITH, Steve; BOOTH, Ken; ZALEWSKI, Marysia (ed.). International Theory: Positivism and Beyond. Cambridge: Cambridge University Press, 1996. p. 340-353. DOI: https://doi.org/10.1017/CBO9780511660054.020
Downloads
Arquivos adicionais
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2025 Heitor Novelini da Cruz

Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
Permite o compartilhamento, adaptação e uso para quaisquer fins, inclusive comerciais, desde que feita a devida atribuição aos autores e à Revista Sítio Novo.
Os autores declaram que o trabalho é original, não foi previamente publicado em parte ou no todo, exceto em servidores de preprints reconhecidos, desde que declarado, e que nenhum outro manuscrito similar de sua autoria está publicado ou em processo de avaliação por outro periódico, seja impresso ou eletrônico.
Declaram que não violaram nem infringiram nenhum tipo de direito de propriedade de outras pessoas, e que todas as citações no texto são fatos verdadeiros ou baseados em pesquisas de exatidão cientificamente considerável.
Os autores mantêm os direitos autorais dos manuscritos publicados nesta revista, permitindo o uso irrestrito de seu conteúdo, desde que citada a autoria original e a fonte da publicação.












